“No processo de preparação para o parto, a grande maioria das famílias investe em cursos, adquire informação de qualidade, assiste a documentários sobre nascimento humanizado, compra toda uma panóplia de adereços para o seu bebé… dando claramente ênfase a todas as opções que se relacionam com o parto, como se de um desfecho se tratasse. Mas mãe, é aí que tudo começa. .
Como escreveu certa doula, “you are having a baby, not a birth.” A preparação deve ser sim para esse momento (algo fundamental), mas nunca descurando um alcance que recairá sobre o resto das nossas vidas. .
Questões como:
. quem estará comigo quando eu precisar de resguardo a fim de recuperar das dores do parto? . quem ficará com o meu bebé quando eu precisar de ir tomar um duche, petiscar algo, numa altura de regresso a casa/trabalho da restante família? . quem poderá orientar algumas refeições para que eu possa ser bem nutrida?
. quem estará ao meu lado para me abraçar, para me dar colo, para limpar as lágrimas de quem está a recomeçar, com todas as dúvidas, medos e ansiedades daí resultantes? . quem estará comigo para validar as minhas emoções? .
Estas e outras perguntas devem ser colocadas ainda durante a gravidez, esboçando assim uma espécie de plano pós-parto. Algo flexível, fluído, a servir como guia. . “When it comes to becoming a mother, there is no back, there is only through” – Heng Ou, The first forty Days. .
Dizem que as doulas pós-parto são como a água. Chegamos e preenchemos as fendas, as gretas, os estilhaços, as falhas.
Aqui estou. Pronta para embarcar contigo.”
Mónica Santos – @monicasantosdoula